quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Seminário Ética e Inclusão Social

A Universidade Corporativa em parceria com a Comissão de Ética do Banco do Nordeste promove o Seminário Ética e Inclusão Social

Para refletir sobre o tema, contaremos com a presença de palestrantes que debaterão com o público conhecimentos éticos e de ações voltadas para a inclusão social.

As palestrantes convidadas são: Vera Santiago, Doutora em Letras pela USP, professora adjunta da UECE e pesquisadora CNPq, e Cássia Regina, Pós-graduada em Psicologia Transpessoal e Presidente do INEC.

Data: 23 de setembro
Horário: 8h30 às 11h30
Público-alvo: Funcionários e Bolsistas do Banco lotados em Fortaleza
Local: Auditório Prof. Celso Furtado – Fortaleza

Vagas limitadas!

Para participar do evento, encaminhe mensagem para a caixa postal Universidade Corporativa Banco do Nordeste (com cópia para o gestor da sua Unidade), confirmando até o dia 22 de setembro. Outras informações poderão ser obtidas com NAIRA Rafaela Honorato Martins C006368 ou SILVIA Regina da Silva Meyer C008727.

Fonte: Banco do Nordeste – Universidade Corporativa

De Boca em Boca: um filme para todo mundo

Vez da Voz produz curta com áudio, legenda, tradução em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e Audiodescrição Lançamento no Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes: 21 de setembro.

Segundo dados do IBGE, existem hoje no Brasil 24,5 milhões de pessoas com deficiência. E deste universo, cerca de 1,5 milhão vivem na cidade de São Paulo. Esses números dão uma ideia da importância do lançamento do curta-metragem De Boca em Boca no Centro Cultural São Paulo, que tem como objetivo promover a reflexão e uma mudança de comportamento na população brasileira. Realizar ações assertivas, quando se trata de promover a acessibilidade da cultura, nem sempre é muito simples. É por esta razão que a ONG Vez da Voz lança na Sala Lima Barreto do CCSP, 21/09 (qua.), às 15h, o curta-metragem De boca em Boca, que enfoca as dificuldades e as possibilidades de inclusão da pessoa com deficiência em diversas atividades cotidianas, além de instigar a população a se colocar no lugar dos deficientes e pessoas que têm mobilidade reduzida. 

Popularizar a utilização de ferramentas de inclusão e acesso aos bens culturais é um dos objetivos principais do CCSP, que além da biblioteca Louis Braille, voltada para cegos, oferece aos deficientes visuais uma estrutura totalmente equipada e adaptada a eles: mapas táteis que permitem a orientação espacial em todos os acessos e andares, computadores adaptados, cursos voltados à linguagem braile para funcionários do CCSP, sistema de audiodescrição de filmes, peças teatrais, contação de histórias para crianças surdas, entre outras atividades, são apenas alguns exemplos de atividades que integram o programa de acessibilidade do CCSP.

"Nossa intenção é fazer com que as pessoas coloquem a cidadania em prática e se preparem para lidar com o diferente. Conseguir produzir esse curta, que poderá ser assistido por pessoas surdas, cegas e sem deficiência "aparente" é uma grande realização e mostra que é possível fazer uma comunicação para todos", afirma Cláudia Cotes, presidente da ONG Vez da Voz. O filme foi produzido em 2010 pela Vez da Voz em parceria com a Inclusiva Filmes por uma equipe de 14 voluntários com e sem deficiência. Foi gravado nas ruas de São
Paulo, sem nenhum tipo de apoio ou patrocínio e é também voltado para o público em geral.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Mestrandos do Programa de Pós-Graduação da UECE defendem dissertações sobre Audiodescrição

Os pesquisadores e audiodescritores do Grupo LEAD, Juarez Nunes de Oliveira Júnior e Klístenes Bastos Braga, ambos do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Ceará (UECE), concluíram e defenderam suas dissertações no mês de agosto de 2011, cuja temática versa sobre a audiodescrição para as artes visuais e para o cinema.

O trabalho de Juarez Oliveira intitulado “Ouvindo Imagens: A Audiodescrição de Obras de Aldemir Martins”, trata-se de uma pesquisa descritiva e propõe a audiodescrição de obras de arte para pessoas com deficiência visual em museus, a partir de roteiros de AD elaborados para quatro pinturas do artista cearense Aldemir Martins, que se encontram em exibição no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Já o trabalho de Klístenes Braga intitulado “Cinema Acessível para Pessoas com Deficiência Visual: A Audiodescrição de O Grão de Petrus Cariry”, é uma pesquisa descritivo-exploratória que investiga a tradução audiovisual do cinema para pessoas com deficiência visual, por meio da audiodescrição do filme O Grão, do cineasta cearense Petrus Cariry, e traz o resultado de uma pesquisa de recepção feita com dois grupos de espectadores com deficiência visual.

As duas pesquisas têm orientação da Prof.ª Dr.ª Vera Lúcia Santiago Araújo da UECE e estão inseridas no Projeto de Cooperação Acadêmica – PROCAD 008/2007, intitulado “Elaboração de um modelo de audiodescrição para cegos a partir de subsídios dos estudos de multimodalidade, semiótica social e estudos da tradução”, celebrado entre o grupo LEAD (Legendagem e Audiodescrição) da UECE, que desenvolve pesquisas no Laboratório de Tradução Audiovisual (LATAV) do Centro de Humanidades da universidade, e o LETRA (Laboratório Experimental de Tradução) da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

As dissertações supracitadas encontram-se no prelo. Seguem abaixo seus respectivos resumos:

Ouvindo Imagens: A Audiodescrição de Obras de Aldemir Martins
Autor: Juarez Nunes de Oliveira Júnior

Resumo: Os estudos da tradução audiovisual têm contribuído para tornar acessíveis os produtos midiáticos para deficientes auditivos e deficientes visuais. Desta forma, trabalhos acadêmicos cujo enfoque é a legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE) e a audiodescrição (AD) para deficientes visuais (DVs) de obras cinematográficas e programas de TV estão em estágio avançado. A audiodescrição é a tradução em palavras das impressões visuais de um objeto, seja ele um filme, uma obra de arte, uma peça de teatro, um espetáculo de dança ou um evento esportivo. Todavia, pesquisas em audiodescrição cujo escopo aborda obras de arte em museus ainda não fornecem subsídios relevantes para que parâmetros sejam delineados. Apesar de os estudos da multimodalidade, por outro lado, mostrarem-se relevantes ao propor a leitura sistematizada de esculturas, imagens e pinturas em exibição em museus, a proposta multimodal não contempla os deficientes visuais. Com o objetivo de transpor essa barreira, a presente pesquisa descritiva, que está inserida no Projeto de Cooperação Acadêmica – PROCAD 008/2007 – intitulada “Elaboração de um modelo de audiodescrição para cegos a partir de subsídios dos estudos de multimodalidade, semiótica social e estudos da tradução” celebrada entre dois grupos de pesquisa (LETRA/FALE/UFMG e LATAV/CH/UECE), propõe a audiodescrição de obras de arte para deficientes visuais em museus, tendo como aporte teórico os estudos da tradução audiovisual, mais especificamente nos estudos pioneiros de De Coster e Mühleis (2007) e Holland (2009), e os estudos da multimodalidade desenvolvidos por O’Toole (1994) e Kress e van Leeuwen (1996). A partir dessa interface, roteiros de AD foram elaborados para quatro pinturas do artista cearense Aldemir Martins, que se encontram em exibição no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará. Apesar de o modelo aqui proposto ainda não ter sido devidamente testado pelo público de DVs, verificou-se que ao término da pesquisa o resultado pretendido foi alcançado, haja vista os roteiros de AD para obras de arte contemplarem os estudos da tradução audiovisual e da multimodalidade. Ainda, espera-se que esta investigação forneça uma contribuição para inclusão dos DVs aos espaços museológicos, bem como sugerir parâmetros para o audiodescritor em formação.

Cinema Acessível para Pessoas com Deficiência Visual: A Audiodescrição de O Grão de Petrus Cariry
Autor: Klístenes Bastos Braga

Resumo: Esta dissertação investiga a tradução audiovisual do cinema para pessoas com deficiência visual por meio da audiodescrição (AD) do filme O Grão, com base nos fundamentos teóricos de análise de AD, elaborados por pesquisadores espanhóis, principalmente. Segundo dados do IBGE (2000), somente no Ceará, são quase um milhão de pessoas com deficiência visual, que se encontram excluídas do contexto sociocultural e intelectual relacionado às produções cinematográficas. A AD, por sua vez, é uma modalidade de tradução audiovisual intersemiótica e consiste na descrição das informações que apreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, nem na trilha sonora, tornando assim o cinema acessível também para quem não enxerga. A AD se trata, então da tradução das imagens em palavras. O corpus deste trabalho é constituído pelo filme O Grão, drama produzido pela Iluminura Filmes em 2007 e dirigido pelo cineasta cearense Petrus Cariry, que narra a história de Perpétua, uma velha senhora que, ao sentir a presença da morte, resolve preparar Zeca, o seu querido neto, para a separação que se aproxima, contando-lhe a história de um rei e uma rainha que perderam seu único filho. Enquanto Perpétua conta a história, Damião e Josefa trabalham para sustentar a família e preparar o casamento de sua filha Fátima. A metodologia do trabalho compreende uma dimensão descritiva, que classificou e analisou todas as inserções das descrições contidas no roteiro de AD, e outra exploratória, que aplicou um teste de recepção sobre a AD do filme, considerando duas variáveis: o espectador com deficiência visual e o gênero do filme. As hipóteses deste trabalho argumentam que não há diferença de recepção entre os dois grupos analisados, tanto os participantes com deficiência visual total e congênita, como os participantes com baixa visão, entenderam e apreciaram O Grão, apesar de ser um filme com poucos elementos acústicos, e acompanharam a caracterização dos personagens e a ambientação. A coleta de dados foi feita com a leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, a aplicação dos questionários pré e pós coleta, anotação dos relatos retrospectivos e a filmagem de todo esse processo. Além de melhorar a compreensão do filme, conclui-se que a AD dos ambientes, do tempo em que se passam as cenas e das características dos personagens do filme foi eficientes para os quatro participantes da pesquisa, de forma que todos conseguiram alcançar um nível satisfatório de compreensão da narrativa e percepção dos elementos visuais da obra, independentemente, do grau de acuidade visual de cada um. Pode-se concluir ainda que um filme considerado difícil para a maioria dos espectadores, que foge à narrativa clássica do cinema de Hollywood, pode ser apreciado por uma audiência com deficiência visual a partir da AD.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Palestra na UFJF aborda tradução audiovisual


"Dar acesso é dar escolhas". A afirmação da professora Vera Lúcia Santiago de Araújo, pós-doutora em Linguística Aplicada, na palestra "Tradução e acessibilidade: avanços, transformações e perspectivas", ratifica a ideia de que os deficientes auditivos e visuais não devem ser tratados com diferença. Incluir esse público a apreciação de produtos audiovisuais, segundo ela, representa esforço mínimo. Isso porque a adoção de parâmetros semelhantes de tradução para ouvintes, não ouvintes, cegos ou pessoas de baixa visão tem baixo custo e ainda garante aumento de espectadores para essas produções.
Ministrada no dia 29 de agosto, no anfiteatro do Instituto de Ciências Exatas, a palestra abordou esses parâmetros - redução de palavras repetidas, condensação de sentidos na audiodescrição, segmentação visual, retórica e gramatical da legenda- e ainda apresentou alguns materiais desenvolvidos no Laboratório de Tradução Audiovisual do Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Segundo Vera Lúcia, o governo atua com decreto que exige parte da programação traduzida, com legendas, janelas em Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou audiodescrição, porém os produtores resistem e incluem traduções de baixa qualidade. "É preciso estabelecermos um diálogo com produtores de filmes, peças e programas de TV para que eles incluam a tradução nas suas obras", afirma a pós-doutora.
A palestra é parte do projeto “Tradução Audiovisual e Acessibilidade: avanços, transformações e perspectivas”, parceria do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação e Diversidade (Neped) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e o Centro de Educação a Distância da UFJF (Cead/UFJF).
Segundo o coordenador do projeto, professor Carlos Rodrigues, a primeira ação concreta da parceria é a formação de intérpretes para janelas a serem inseridas em filmes e videoaulas. "O Neped, o Cead e a professora Vera vão trabalhar juntos e treinar pessoas para essas janelas. Vamos constituir um espaço na Universidade para formação de audiodescritores e legendistas de qualidade, fundamentados nas pesquisas desenvolvidas pelo Laboratório de Tradução Audiovisual".