quinta-feira, 30 de junho de 2011

Audiodescrição na TV Brasileira começa a ser obrigatória


Iniciativa é pioneira na América Latina / Foto: Ascom/SDH
A equiparação de oportunidades está se tornando cada vez mais uma realidade para 16 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil. O recurso da audiodescrição começa a ser obrigatório por duas horas semanais a partir do dia 1º de julho nas emissoras de TV com sinal digital. Essa é a primeira iniciativa do gênero na América Latina.

O evento do anúncio da Portaria n. 188/2010 contou com a presença da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Maria do Rosário, e do secretário executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez. Também estiveram presentes o secretario Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da SDH/PR, Antonio José Ferreira, o representante do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE), Misael Conrado, o articulador do movimento pela Audiodescrição no Brasil, Paulo Romeu Filho, e a audiodescritora e professora de audiodescrição Lívia Vilella de Melo Mota.

A ministra Maria do Rosário ressaltou que mesmo com tantos avanços e possibilidades de comunicação, ainda há uma parcela considerável da população que permanece excluída. “Toda sociedade fica mais forte com seu direito garantido como cidadão. Nenhuma pessoa fica prejudicada pela existência da audiodescrição, mas 16 milhões de brasileiros são muito prejudicados com a sua não existência”, destacou.

O secretário executivo do Ministério das Comunicações disse que essa questão é uma prioridade para o governo. Segundo ele, não há mais chance de se voltar atrás nesse direito. Cezar Alvarez conclamou a comunidade cega a fiscalizar e denunciar eventuais descumprimentos às autoridades. “Queremos ter 16 milhões de fiscais no Brasil”, disse.

Acompanhar os programas de televisão nem sempre foi possível para as pessoas com deficiências, por não haver um diálogo ou descrição dos fatos em uma cena só com imagens. A audiodescrição beneficiará o público com deficiência visual, intelectual, dislexia e também os idosos. 

“Para as pessoas cegas no Brasil esse é um momento de grande felicidade. Nosso governo inaugura uma fase nova na vida das pessoas com deficiência visual quando passa a garantir o acesso ao conteúdo televisivo integralmente, ação que antes era inimaginável e que agora será realidade para esses brasileiros”, afirmou o secretário Antonio José.

O recurso da narração terá que estar disponível na função SAP (Programa Secundário de Áudio). Os filmes, documentários e programas transmitidos em outro idioma, também terão que ser integralmente adaptados, com dublagem do diálogo ou voz do narrador.

A portaria publicada pelo Ministério das Comunicações em 2006 já teve o prazo prorrogado por duas vezes. Porém, a previsão é que, em dez anos, todas as emissoras de televisão em sinal digital do Brasil exibam, no mínimo, 20 horas semanais de programas audiodescritos.

“Duas horas por semana podem ser um pequeno passo para nós hoje, mas são resultado de uma luta de mais de cinco anos de conversas com o Ministério das Comunicações e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), foi uma luta difícil”, relatou Paulo Romeu Filho.

Fonte: 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Abert lança manual sobre recursos de acessibilidade para TV

A Abert disponibilizou em seu site um manual completo sobre as atuais normas de acessibilidade que devem ser cumpridas pelas emissoras de televisão. O documento, elaborado pela equipe técnica da entidade, tem o objetivo de orientar os profissionais que atuam nas geradoras e retransmissoras associadas.
O manual traz informações sobre os prazos estabelecidos para implantação dos recursos, a legislação vigente e uma lista com contatos dos principais prestadores de serviço na área.  O radiodifusor pode consultar ainda as regras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que estabelecem diretrizes gerais para abreviaturas, sinais e efeitos sonoros, por exemplo.
De acordo com a legislação, as emissoras de TV devem utilizar quatro recursos de acessibilidade: Legenda Oculta (Close Caption), Dublagem, Libras e Audiodescrição. As normas para implantação desses recursos são reguladas pela Portaria de nº 310 de 2006, do Ministério das Comunicações, modificada pela Portaria 188/2010.
A regra estabelece cronogramas e prazos diferentes para veiculação de cada recurso. 
A exibição de legenda oculta e de dublagem passou a ser obrigatória em 2008. De acordo com cronograma, as emissoras devem acrescentar, a cada ano, duas horas de veiculação dos recursos até atingir, em 2017, o total de 24 horas da grade. Desde o dia 1º de junho deste ano, por exemplo, as emissoras devem veicular oito horas diárias.
Já a audiodescrição passa a ser obrigatória a partir de 1º de julho deste ano. Neste caso, a norma é obrigatória para as geradoras cedentes de programação (cabeças-de-rede) licenciadas para transmitir em tecnologia digital.
Para conhecer o manual completo acesse: www.abert.org.br.
Fonte:

Rádio em Fortaleza é Comandada por Radialista com Deficiência Visual

Por Klístenes Braga
Tradutor Audiovisual

Criada no dia 7 de abril deste ano, por Carlos Viana, deficiente visual, em Fortaleza, Ceará, a Nossa Rádio (http://www.nossaradioce.com) tem o objetivo de levar música, entretenimento, diversão, notícias e transmissão de grandes eventos aos seus ouvintes, com foco nas temáticas voltadas para a acessibilidade.

A programação é bem variada, tocando todos os gêneros, desde brega, passando pelo forró, sertanejo, até a mais genuína MPB, tocando sucessos do passado e presente. Confira a seguir tudo o que rolou e ainda vai rolar na programação deste mês:

Giro De Notícias
De segunda a sexta, de hora em hora, você fica bem informado com o Giro De Notícias.

Rádio Jornal Nacional
De segunda a sexta, sempre ao meio-dia e às vinte e uma horas, os principais fatos ocorridos no Brasil e no mundo no Rádio Jornal Nacional

Especial Acústico MTV
Todos os domingos, o melhor da música no Especial Acústico MTV, sempre trazendo um grande nome da música brasileira.

Bibliotecas Universitárias Acessíveis: Conquistas e Desafios
Dia 9, às 9h, direto da Universidade Federal do Ceará.
Palestra que abordou as principais conquistas e dificuldades de acessibilidade das bibliotecas universitárias.

Palestrantes:
·     Deise Tallarico Pupo - Bibliotecária da UNICAMP
·     Clemilda dos Santos Sousa - Bibliotecária da UFC
·     André Luiz Gomes - Aluno do Curso de Pedagogia, bolsista do Projeto Acessibilidade/Faculdade de Educação da UFC

Moderador: Prof. Dr. José Marques Soares (Grupo Permanente de Trabalho da Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui)

Quarteto Cearense
O Quarteto é um dos grupos da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho com repertório que vai do barroco ao contemporâneo.
Dia 11, às 19h, direto do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Dia Dos Namorados
Um dia dos namorados bem mais romântico na Nossa Rádio. Durante todo o dia, mensagens românticas foram apresentadas, com sorteio de brindes para os ouvintes que participaram.

Orquestra Do Instituto Grupo Pão De Açúcar
Recital Música das Nuvens e do Chão
Apresentou releituras trabalhadas através de ritmos como o baião, ladainha, maracatu, xote, cirandas e outros.
Dia 17, às 19h, direto do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Bate-papo Com Marcelo Camelo
A Nossa Rádio transmitiu um bate-papo com o cantor Marcelo Camelo, realizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
O público participou enviando perguntas através do e-mail.

Os ouvintes poderão também efetuar downloads de vários áudios disponibilizados pela Nossa Rádio.

Outra ferramenta disponível para uma maior interação do público é o blog: http://www.nossaradioce.blogspot.com/.

Lançada a sétima Edição da Revista Brasileira de Tradução Visual (ISSN - 2176-9656)

Nesta segunda-feira (27/06/2011), à noite, será lançada a sétima edição da revista trimestral eletrônica  RBTV -  Revista Brasileira de Tradução Visual (ISSN - 2176-9656, http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br)

A Revista Brasileira de Tradução Visual, em seu segundo ano, com este sétimo volume, renova aos seus leitores o convite à luta social, científica, ética, política, legal e fraterna, para se fazer com que a conquista do direito de cada um se traduza na efetivação dos direitos de Todos.

Portanto, esta edição se destaca pelo que permeia/sustenta e vivifica os volumes anteriores: o empoderamento e a autoadvocacia da pessoa com deficiência.

É sob este tom que, na “Seção Principal” da RBTV o leitor poderá conferir seis trabalhos sobre temas da inclusão social/cultural/educacional como direito da pessoa com deficiência.

Os artigos versam, desde a autoadvocacia da pessoa com deficiência, passando pelo letramento literário/cultural/artístico da pessoa com deficiência (em especial, das pessoas com deficiência visual, pessoas cegas ou com baixa visão, e das pessoas  surdas, falantes de Libras), até a inclusão social pelo lazer, ao assistir a um desenho animado, e à cultura e ciência ao descobrir que o Caderno “Diálogos Entre Arte e Público” contará com acessibilidade comunicacional, possibilitada pelos recursos assistivos advindos da áudio-descrição e da interpretação em Libras dos artigos nele encontrados.

Saiba um pouco sobre o que o  vol. 7 da  RBTV lhes reserva:

1 -  No artigo  “A autoadvocacia dentro do campo dos estudos culturais: um meio para o empoderamento de pessoas com deficiência”, Taísa Dantas aborda as peculiaridades da autoadvocacia, como um viés de subversão a lógica excludente mantida na e pela sociedade contra a pessoa com deficiência.

2 - No artigo 
Áudio-descrição de animação: caminho para o letramento literário das crianças com deficiência visual”, Fabiana Tavares chama a atenção para o fato de a animação em formato acessível ainda ser escassa no Brasil, o que coloca as  crianças com deficiência visual em desvantagem cultural com seus pares sem deficiência. Ela mostra que esta realidade excludente pode ser modificada, uma vez respeitado o direito ao recurso da áudio-descrição, feita com ética e competência. “Caso contrário, a herança cultural referente a esta arte legada aos nossos pósteros continuará inacessível para os que têm deficiência visual”. 


3 - No artigo “E-acessibilidade para surdos,  Rachel Colacique Gomes e Adriana Góes argumentam que a falta de acessibilidade na web é uma forma de intensificar a exclusão tecnicossocial, vivenciada por pessoas surdas, que falam a Língua Brasileira de Sinais, Libras.

4 - No artigo “Introdução aos estudos do roteiro para áudio-descrição: sugestões para a construção de um script anotado”, Francisco Lima oferece sugestões para a construção de um script áudio-descritivo anotado (com notações/rubricas para, entre outros fins, o da locução  da tradução visual), instruindo que diretrizes empregar nessa construção, quando a áudio-descrição estiver em variados suportes.

5 - No artigo “Mediando diálogos acessíveis”, Regina Buccini apresenta reflexões imperativas a respeito de diversos pontos da mediação cultural e sua função social, bem como a respeito da acessibilidade da pessoa com deficiência aos bens culturais e a relação entre políticas públicas e ações inclusivas. Nas palavras da autora, “Ao visualizar tais barreiras nos museus, nos teatros, em bibliotecas, em toda sorte de centros e equipamentos culturais, fica ainda mais claro que o obstáculo principal ao acesso não é a deficiência, a ausência ou diminuição de algum sentido, ou ainda a dificuldade de locomoção. Os prédios são projetados, as exposições desenhadas, as pautas de teatros e cinemas são preenchidas sem que seja prevista a heterogeneidade...”

6 - No artigo “O deficiente visual como leitor pressuposto,  Flavia Mayer levanta as seguintes questões, sobre as quais tece importantes reflexões: poderemos de fato pensar a inclusão do deficiente visual se ainda o conhecemos tão pouco? Quais seriam suas formas de leitura e os caminhos cognitivos que ele percorre para construção da realidade? E a autora, depois de fundados argumentos, conclui: “No entanto, cabe agora analisar de forma mais efetiva e aprofundada os processos semióticos, lingüísticos e cognitivos envolvidos na compreensão do discurso imagético pelos deficientes visuais, a fim de contribuir para o apontamento de diretrizes para um modelo de audiodescrição acessível, levando-se em conta as características interpretativas e culturais dos deficientes visuais brasileiros. Deste modo, poderemos sim pensar na audiodescrição como uma ferramenta eficaz para fazer valer o direito de acesso e inclusão e tornando-os, pois, leitores pressupostos.”

Mas, não é só isso que o sétimo volume da RBTV traz aos seus leitores:

Na seção “Relato de experiência”, três relatos emocionantes e belos (“Audiodescrição no Miss DV-RS 2011: relato de uma experiência”, por Letícia Schwatz, “Áudio-descrição da Paixão de Cristo: um breve relato de uma mega produção”, por Liliana Tavares e Finalmente compreendi o peso de se negar o direito à áudio-descrição”: relato da Rosinha da ADEFAL”, por Roseane Freitas) resumem em palavras vívidas  o espaço que a áudio-descrição  tem assumido  em  contextos sócio-culturais diversos e  igualmente relevantes.

Estes relatos mostram um pouco do trabalho dos áudio-descritores, protagonistas na construção e/ou oferta da áudio-descrição de eventos visuais, para o empoderamento da pessoa com deficiência visual, trazendo muito mais que o compartilhar de experiências: mostram o desbravamento de caminhos, a ampliação de fronteiras e a construção de uma nação respeitosa dos  direitos das pessoas com deficiência, assim   nutrindo na sociedade a certeza de que deficiência não é sinônimo de dependência ou incapacidade das pessoas com deficiência.

E a Revista Brasileira de Tradução Visual ainda tem mais!

Na “Sessão foto-descrição”, a RBTV convida os leitores a conhecer 10 das mais belas obras do artista carioca Orlando Teruz no artigo intitulado Ler imagens: áudio-descrição da narrativa de Orlando Teruz.

Então, entre os pincéis teruzianos, os roteiros de áudio-descrição e as experiências relatadas por áudio-descritores e usuários da áudio-descrição, se instala a certeza de que a tradução visual  emana da inclusão e dela é revestida de sentido. Venha conferir!

Fonte: Equipe Editorial da RBTV

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Congresso e feira trazem novas tecnologias para pessoas com deficiência

Soluções foram apresentadas na 1ª Feira Muito Especial de Tecnologia Assistiva e Inclusão Social das Pessoas com Deficiência do Rio de Janeiro

Foto: MCT
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25/08/2009 - O secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia (Secis-MCT), Joe Valle, destacou a importância da articulação em rede dos vários níveis de governo e setores organizados da sociedade para gerar a inovação e as mudanças culturais necessárias à inclusão social e profissional de pessoas com deficiência. A fala ocorreu durante a abertura do 2º Congresso e da 1ª Feira Muito Especial de Tecnologia Assistiva e Inclusão Social das Pessoas com Deficiência do Rio de Janeiro, realizada no dia 24/08, numa promoção do Instituto Muito Especial, com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O secretário conclamou os envolvidos com o tema a participarem do portal Nacional de Tecnologia Assistiva (www.assistiva.org.br), viabilizado pela Secis, que concentra experiências de pesquisa, desenvolvimento e divulgação dessas tecnologias.

As ações do MCT em favor da inclusão das pessoas com deficiência também estão presentes na 1ª Feira Muito Especial de Tecnologia Assistiva  na forma de inovações tecnológicas, apresentadas no estande do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT). Em um dos trabalhos expostos, a área de desenho industrial do INT recriou uma cadeira especial para lançamento de disco e arremesso de peso de atletas para olímpicos. O equipamento é feito sob encomenda e leva em consideração o levantamento biomecânico específico de cada atleta, os materiais e o conforto do usuário.

O design também facilitou a questão do transporte do equipamento, que foi reduzido a uma maleta arredondada, com rodinhas. Em outra vertente, a equipe de desenho industrial do INT desenvolveu uma cadeira de rodas hospitalar, que permite melhor locomoção, inclusive em rampas, incorpora sistemas para maior segurança e tem sua higiene facilitada, tendo o assento e encosto confeccionados em uma peça única toda em plástico.

O INT mostra ainda o trabalho na área de Gestão da Produção, que permitiu o desenvolvimento do sistema Sigesc Ava (Ambiente Virtual de Aprendizagem Cooperativa).  A ferramenta assimila interfaces para a acessibilidade de pessoas com deficiências visual, auditiva e motora. A solução oferece também suporte à informática educativa, profissionalização de alunos, capacitação de professores e de gestores e à educação especial.

O 2º Congresso e a 1ª Feira Muito Especial de Tecnologia Assistiva e Inclusão Social das Pessoas com Deficiência do Rio de Janeiro vão até sexta-feira (28), das 8h30 às 18h, com debates palestras e demonstrações de soluções tecnológicas. A entrada é gratuita. O Centro de Convenções SulAmérica fica na Av. Paulo de Frontin, 1, Cidade Nova, Rio de Janeiro RJ.


Fonte: MCT

Fonte: http://www.rts.org.br/noticias/destaque-2/congresso-e-feira-trazem-novas-tecnologias-para-pessoas-com-deficiencia

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Audiodescrição abre novo campo profissional

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O estudante do curso de Letras da Universidade de Brasília (UnB) Tomás Verdi Pereira tinha 11 anos quando foi pela primeira vez a um cinema. Cego de nascença, ele diz que até conhecer, nos Estados Unidos, a audiodescrição, não tinha vontade de acompanhar sequer os programas exibidos na televisão brasileira, mesmo que seus pais se esforçassem para ajudá-lo a compreender o que se passava na tela.


"Muito raramente eu via um desenho com os meus pais. Eles iam me falando tudo o que acontecia, mas, lógicamente, faziam isso sem qualquer modelo", comentou. Hoje com 19 anos, Pereira faz parte do grupo de estudos sobre audiodescrição da UnB, no qual atua como uma espécie de assessor, acompanhando a adaptação de filmes para as pessoas com alguma deficiência visual.

"As obras adaptadas não só me estimulam a assistir a um filme como me ajudam a compreender melhor o conteúdo. Sem a audiodescrição faltam informações para que os deficientes visuais possam entender o que está acontecendo", explicou Tomás. Para ele, que ainda não sabe se fará da experiência acadêmica sua profissão,  a audiodescrição é um campo promissor.
Embora a atividade ainda não tenha sido regulamentada, especialistas responsáveis pela formação dos primeiros profissionais também demonstram otimismo. Para eles, a procura por mão de obra qualificada crescerá com a obrigatoriedade de as emissoras de TV digital passarem a apresentar ao menos duas horas semanais de produções adaptadas para o público com alguma deficiência visual ou intelectual.

De acordo com a professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Livia Maria Motta, a atividade tem atraído interessados com as mais diversas formações profissionais, mas principalmente os estudantes de letras e de comunicação social. Autora do primeiro livro brasileiro sobre o tema (disponível gratuitamente no site
www.vercompalavras.com.br), Livia garante que já há no país o necessário número de audiodescritores para atender as necessidades iniciais das emissoras de TV.

"Mas esta é uma uma nova área profissional e sabemos que, a partir do momento em que a transmissão televisiva [audiodescrita] entrar em vigor, a demanda pelos profissionais aumentará bastante", comentou a professora. "E este é um serviço minucioso que exige muita preparação. Não basta assistir a um programa uma única vez e sair inserindo a audiodescrição. O serviço exige um mergulho no tema”.

A professora e cordenadora do grupo de estudos sobre audiodescrição da UnB, Soraia Ferreira, destaca que o país, além de formar mão de obra especializada, tem avançado na pesquisa. A universidade deve abrir um curso de extensão em audiodescrição no próximo semestre.
Conforme a Agência Brasil apurou com audiodescritores e especialistas, o trabalho de adaptação de um filme normalmente é feito por uma equipe de quatro pessoas, sendo uma delas um deficiente visual. Os valores recebido pelo trabalho variam muito, mas são pagos entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por um serviço que exija 40 horas de dedicação.

Para Tomás Verdi Pereira, quem se dispõe a trabalhar como audiodescritor deve ser, antes de tudo, um observador atento. E saber o que de fato é relevante para que um cego compreenda uma história. Segundo o estudante, a descrição nem pode ser tão detalhista que se torne enfadonha, nem tão suscinta que não permita a visualização do que acontece, silenciosamente, na tela.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-06-11/audiodescricao-abre-novo-campo-profissional

Noite de Inclusão na UFPE

O Centro de Estudos Inclusivos da Universidade Federal de Pernambuco convida para evento a ocorrer no dia 27, segunda-feira próxima no auditório do CCSA, na Universidade Federal de Pernambuco, às 18:30H.

Nesse dia, a comunidade acadêmica e o público, em geral serão brindados com uma palestra do renomado consultor em inclusão, Romeu Kasumi Sassaki; com o lançamento do terceiro volume do Caderno "Diálogos Entre Arte e Público"; com o lançamento/apresentação do primeiro curta com áudio-descrição feito inteiramente em Pernambuco, "Casa dos Estranhos" e com o lançamento do sétimo volume da revista trimestral eletrônica RBTV (Revista Brasileira de Tradução Visual, www.rbtv.associadosdainclusao.com.br).

O evento será gratuito e aberto ao público acadêmico e visitantes em geral.
 
Exemplares do Caderno Diálogos Entre Arte e Público, encartado com DVD com os artigos em Libras, com artigos gravados em áudio e com artigos em .pdf serão distribuídos aos participantes.

No cumprimento legal do Decreto Federal 5.296/04, serão disponibilizados os serviços de interpretação em Libras e áudio-descrição.

Estejam todos convidados a participar e prestigiar os esforços por uma sociedade comunicacional, cutural e educacionalmente inclusiva.

Professor Francisco Lima (Coordenador do Centro de Estudos Inclusivos, CEI/UFPE)
Contatos:
081 3453-5066; 081 9997-9339;

Matéria sugerida por Marisa Aderaldo, Prof.ª da Universidade Estadual do Ceará - UECE.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mostra Olhar do Ceará do Cine Ceará exibe documentário sobre espetáculo teatral acessível para crianças com deficiência visual

Por Assessoria de Imprensa

O Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema chega à sua 21ª edição, reunindo as diversas manifestações da linguagem das artes audiovisuais do mundo ibero-americano, e valorizando e preservando o patrimônio cinematográfico brasileiro. Com a exibição de mostras diversas durante 8 dias, um dos objetivos do festival é discutir meios e estratégias de distribuição e formação de plateia para o cinema brasileiro, como é o caso da mostra Olhar do Ceará, em que as produções cearenses têm seu espaço de exibição garantido.

Criada em 1999 como demanda da crescente produção cinematográfica do Estado do Ceará, a mostra Olhar do Ceará exibirá nesta sexta-feira (10), a partir das 16h, no Espaço Unibanco do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, o documentário “Nas Asas do Coração”, de Sara Benvenutto e Klístenes Braga, que registra a primeira exibição de um espetáculo teatral com acessibilidade para crianças com deficiência visual no Ceará.

Nas Asas do Coração

Segundo Bruna Alves Leão, atriz e produtora do video, “é muito importante ver esse trabalho participando de um festival como o Cine Ceará, que tem alcance internacional”. Bruna é tradutora audiovisual da ATAV Brasil e pesquisadora do Grupo LEAD da UECE, que desenvolve pesquisas em audiodescrição e legendagem para surdos e ensurdecidos. “Melhor seria se ele fosse exibido com recursos de acessibilidade”, completou Bruna.

Sinopse:
Documentário sobre o espetáculo teatral “A Vaca Lelé”, que comemorou cinco anos em 2010, encantando as plateias por onde passa, tendo sido o primeiro espetáculo acessível para crianças com deficiência visual no estado do Ceará. O vídeo é um registro da motivação do idealizador do projeto e das experiências individuais e coletivas do grupo responsável pela montagem, estabelecendo uma relação paradoxal entre as narrativas da peça e do vídeo com aspectos da vida real. O vídeo foi rodado durante a temporada do espetáculo no Centro Cultural Banco do Nordeste, nas cidades de Fortaleza-CE, Juazeiro do Norte-CE e Sousa-PB.


Ficha Técnica
Título:
Nas Asas do Coração
Direção:
Sara Benvenutto e Klístenes Braga
Roteiro:
Sara Benvenutto, Klístenes Braga, Marcelo Cavalieri e Bruna Alves Leão
Direção de Produção:
Klístenes Braga
Direção de Fotografia:
Marcelo Cavalieri
Direção de Arte:
Sara Benvenutto
Montagem/Edição:
Sara Benvenutto
Trilha Sonora:
Orlângelo Leal
Som Direto:
Sara Benvenutto
Elenco:
Bruna Alves Leão, Davidson Caldas, José Alves Netto, Klístenes Braga Luís Carlos Pedrosa e Solange Teixeira



Serviço:
Mostra Olhar do Ceará | 21º Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema
Data: Sexta-feira, 10/06/2011
Horário: 16h
Local: Espaço Unibanco I - Dragão do Mar: Av. Almirante Tamandaré, 310, Centro, Fortaleza, Ceará

segunda-feira, 6 de junho de 2011

TV Sentidos ainda melhor com Programação Audiodescrita

Enquanto a portaria 188/2010 não garante a audiodescrição (AD) na TV brasileira, tem muita gente por aí garantindo o direito das pessoas com deficiência visual acessarem programação de TV audiodescrita.

É o caso da parceria que vem dando muito certo entre a ATAV Brasil e a AVAPE na produção do programa Sentidos com AD. O programa é produzido há 11 anos pelo Núcleo de TV da ONG AVAPE, em parceria com o Canal NET Cidade, e ganhou recentemente o reforço da tradução audiovisual para pessoas com deficiência visual por meio da Audiodescrição, realizada pelos tradutores audiovisuais Bruna Leão (@brunalion) e Klístenes Braga (@KlistenesBraga), ambos associados fundadores da ATAV Brasil.

O primeiro programa acessível foi ao ar em 19 de maio de 2011, com apresentação do publicitário, produtor musical e radialista Dudu Braga, filho do cantor Roberto Carlos, e os internautas com deficiência visual puderam curtir matérias sobre lazer, educação, cultura, saúde, esporte e trabalho com muito mais conforto e dignidade. O programa tem cerca de 30 minutos de duração e é um dos primeiros a transmitir programação audiodescrita via Internet no Brasil, contribuindo para que o recurso beneficie mais e mais pessoas em todo o país.

Confira no link a seguir as várias matérias do programa Sentidos veiculadas com AD:
http://www.youtube.com/tvsentidos

Veja trecho do Programa Sentidos com o recurso da audiodescrição exibido no evento de lançamento:
http://www.youtube.com/watch?v=-S8i3ojLtOo&feature=youtu.be

Acessibilidade audiovisual: garanta você também esse direito!

Secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência participa de debate sobre tecnologias assistivas em Pernambuco

O secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) relembrou como as tecnologias assistivas chegaram aos cegos durante a 1ª Jornada Nordestina de Tecnologia da Informação e Profissionalização da Pessoa Cega e com Baixa Visão, que aconteceu na cidade de Garanhuns (PE) no último final de semana. Para o secretário, as pessoas com deficiências têm conquistado significativo espaço na sociedade, mas ainda há muito a ser superado. 
Ao enfatizar a importância da comunicação acessível, Antônio José informou ao público presente que o governo está fazendo todo o esforço para que a partir de julho a Portaria 188/2010 garanta a tecnologia da audiodescrição, inicialmente por duas horas semanais na TV brasileira.
Conhecer a legislação é fundamental para acessar as políticas públicas em prol das pessoas com deficiência, avalia. "Se você não conhece, leia, estude e se aproprie de nosso marco legal. É necessário saber sobre nossos direitos para melhor defendê-los", explicou o secretário.

FESTA DO TEATRO – PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL COMO CONSUMIDORAS DE CULTURA


Vem aumentando gradativamente e significativamente o número de pessoas com deficiência visual que participam de espetáculos culturais como peças de teatro, exibição de filmes, exposições em museus e outros. Sem dúvida nenhuma, a audiodescrição é a grande responsável por esse movimento de inclusão cultural. Pessoas cegas e com baixa visão também podem ser consumidoras de cultura, desde que sejam respeitadas em seus direitos de acessibilidade comunicacional.
Ontem (04/06/2011), o número de pessoas com deficiência visual que compareceram ao Teatro Sto Agostinho para assistir a duas peças com audiodescrição: A Vida é uma Comédia e O Amante do Meu Marido,surpreendeu. Mais de 60 pessoas lá estiveram, grande parte do grupo Amigos prá Valer. Como já comentado em outros posts, Zé Vicente, o fundador do grupo, tem tido um papel fundamental de incentivador da participação das pessoas com deficiência visual em eventos culturais, ajudando, com isso, a formação de um público consumidor de cultura.
Os recursos de acessibilidade, audiodescrição e legendas, fizeram, pela primeira vez, parte da programação da FESTA DO TEATRO, programa que pelo terceiro ano consecutivo oferece, gratuitamente, 40 mil ingressos para produções teatrais em São Paulo, colaborando para a popularização das artes cênicas e contribuindo para a inclusão cultural. A acessibilidade estreiou, pois, com sucesso no programa, mostrando que esse público existe e é um novo público consumidor de cultura.
Que outras produções, programas e festivais possam mirar-se no exemplo da FESTA DO TEATRO, abrindo suas portas para públicos até aqui tão excluídos e marginalizados. E que mais pessoas com deficiência visual possam perceber o quanto é importante participar e prestigiar os eventos acessíveis, o que incentivará mais teatros, cinemas, museus e outros espaços culturais a seguir pelo mesmo caminho. E que em breve, cada pessoa possa escolher o evento que mais lhe agrada, não somente pelo recurso de acessibilidade, mas pela preferência e gosto pessoal.