quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Exposição de Arte Sacra com Acessibilidade em Aquiraz

Por assessoria de imprensa

A exposição “A História do Ceará na Arte Sacra”, do Museu Sacro São José de Ribamar, localizado no município de Aquiraz, foi aberta ontem (26) para visitação. A exposição é produto do Programa de Acessibilidade e Segurança do Museu Sacro, patrocinado pelo programa CAIXA de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro.

Inaugurado pelo Governador Plácido Aderaldo Castelo, em 27 de setembro de 1967, o Museu Sacro São José de Ribamar possui um acervo considerado um dos mais importantes do nordeste, formado por imagens, objetos de procissão, paramentos litúrgicos, oratórios, alfaias e missais, oriundos de diferentes épocas e recantos do Ceará.

Breve descrição da imagem por Klístenes Braga e Bruna Leão: fotografia da escultura de Santa Luzia, que mede 50cm de altura por 30cm de largura, aproximadamente, esculpida em madeira e policromada, datada do século 18. Ela tem olhos e cabelos pretos. Tem um olhar sereno e está usando uma túnica amarela, com detalhes dourados, e um manto amarelo, como detalhes avermelhados, pendurado no ombro esquerdo. Seus braços estão abertos e não possui mais a mão direita. Com a mão esquerda, ela segura um prato com um par de olhos. Seus sapatos são pretos.

O museu possui plataforma elevatória adaptada e rampas de acesso facilitado para pessoas com deficiência e idosos, e a exposição oferece audiodescrição, além de outros recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, tais como réplicas que poderão ser tocadas, maquetes táteis e informações em Braille. A exposição ficará aberta ao público por tempo indeterminado e atenderá escolas e demais grupos com agendamento prévio.

Ficha Técnica
Governo do Estado do Ceará: Cid Ferreira Gomes
Secretaria da Cultura do Ceará: Paulo de Tarso Mamede
Coordenação do Patrimônio Histórico e Cultural: Otávio Menezes
Direção do Museu Sacro São José de Ribamar: Carla Manuela Vieira
Presidência da Associação de Amigos do Museu Sacro: Terezinha Holanda Costa Freitas
Concepção Museográfica e Cenografia: André Scarlazzari
Fundamentação Histórica: Antônio Luiz Macêdo e Silva Filho, Berenice Abreu de Castro Neves e Francisco Régis Lopes
Assessoria de Arte Sacra e Documentação: Osvaldo Gouveia Ribeiro
Assessoria de História da Igreja e História Oral: Edilberto Cavalcante Reis e Kênia Souza Rios
Assessoria de Museologia: Manuelina Duarte Cândido
Assessoria de Teoria da História: Denise Bernuzzi de Sant’anna
Coordenação de Execução: Rones Mota Duarte, Maria Eliene Magalhães Santos e Francisca Paula Machado
Consultoria em Acessibilidade: Leão & Braga Audiodescritores Associados
Roteiro e Locução da Audiodescrição: Bruna Leão e Klístenes Braga
Patrocínio: Programa Caixa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro


::SERVIÇO
Exposição: A História do Ceará na Arte Sacra
Local: Museu Sacro São José de Ribamar
Endereço: Rua Cônego Araripe, nº 22, Centro, Aquiraz, Ceará
Agendamento de grupos: (85) 3101.2818 / 3361. 2535
Visitação: de terça a sábado, das 09 às 17h

Acesso gratuito

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Centro de Profissionalização para Pessoas com Deficiência é Inaugurado em Fortaleza

Por Klístenes Braga

O Estado do Ceará tem um novo aliado no desenvolvimento de políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência. O Centro de Profissionalização Inclusiva para Pessoas com Deficiência (CEPID) foi inaugurado esta manhã em Fortaleza, no bairro das Goiabeiras, em solenidade conduzida pelo governador Cid Gomes, o secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social, Josbertini Clementino, e o ministro do Trabalho, Manoel Dias, com a presença do Secretário de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Presidência da República, Antônio José Ferreira.

O Centro possui uma estrutura completa para formação profissional, intermediação e inserção no mercado de trabalho desse segmento e é o maior do Norte e Nordeste, com capacidade para atender 1.200 jovens e adultos. 

O CEPID possui salas de aulas e laboratórios adaptados para capacitação nas áreas de informática, telemarketing, hotelaria, comércio e serviços administrativos, confecção e moda inclusiva, bem como cursos de Libras, formação de Audiodescritores e Braille, unidade de atendimento do Sine/CE na própria unidade, academia de baixo impacto, auditório, piscina e quadra poliesportiva acessíveis para paraesportistas de diversas modalidades natação, basquete, futsal e tênis de mesa, e salas de convivência com cafeteria.

Atualmente, são 931.584 cearense com deficiência visual, 307.593 com deficiência auditiva, 132.527 com deficiência cognitiva e 462.316 com deficiências físicas. Deste universo, 963,4 mil ocupam algum posto de trabalho, formalizado ou não. Portanto, o CEPID tem um importante papel na ampliação do número de pessoas com deficiência inseridas no mercado de trabalho.

Com informações da STDS

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Pessoas com deficiência podem ter direito a meia entrada em espetáculos

O direito de estudantes e idosos de pagar meia entrada em espetáculos artísticos, culturais e esportivos foi ampliado para pessoas com deficiência e jovens de 15 a 29 anos que comprovarem renda familiar mensal de até dois salários mínimos. O benefício poderá ser estendido inclusive ao acompanhante de pessoas com deficiência, quando necessário. No caso de jovens carentes, o desconto fica condicionado à inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

A nova lei (12.933/2013), sancionada no fim do ano passado, limitou, no entanto, a meia entrada a 40% do total de ingressos. Salas de cinema, teatros, espetáculos musicais e circenses e eventos esportivos, de lazer e de entretenimento serão obrigados a deixar visíveis as informações sobre ingressos disponíveis e os avisos quando a cota de meia-entrada estiver esgotada.

A medida é polêmica e gerou debates no Congresso durante a discussão da proposta. O deputado Eduardo Barbosa, do PSDB mineiro, que relatou a matéria na Comissão de Seguridade Social e Família, informa que foram realizadas diversas reuniões com as entidades estudantis e os produtores culturais para chegar a um acordo. Ele justifica o limite de 40% à meia entrada.

"Era necessário termos um parâmetro para que eles (produtores) pudessem ter planilhas que garantissem a execução de um espetáculo sem risco de prejuízo e que eles pudessem ter uma base para calcular de fato qual seria o ingresso que cobriria as despesas. Dessa forma, buscou-se um acordo, principalmente com os estudantes, no sentido de ter um teto de 40%, porque é previsível para quem está fazendo o espetáculo, dessa forma, criar parâmetros de planilhas de custo".

O deputado Vicente Cândido, do PT paulista, que relatou a proposta na Comissão de Constituição e Justiça, reconhece que há uma preocupação de que o limite exclua parte do público do benefício. Ele aposta, no entanto, que o preço regular dos eventos será reduzido.

"Quando você não tinha previsibilidade, o que acontece com os eventos? Eles acabam majorando todo o espetáculo. Então, o que acontecia? Se o ingresso iria custar 20, eles colocavam R$ 40 o valor. Com a previsibilidade, você separa aquilo que tá no benefício, e você consegue vender num preço razoável o que não está no benefício. Então, asegurança jurídica e a previsibilidade é que ajudam a organizar o mercado".

O governo vetou três pontos do texto aprovado pelos parlamentares. Um deles é o que estabelecia que o estudante deveria apresentar a carteira estudantil para obter descontos no transporte coletivo local.

Outro ponto vetado dizia que somente teriam direito ao benefício os idosos que apresentassem documento oficial de identidade no momento da aquisição do ingresso e na portaria do local do evento.

O terceiro veto refere-se aos casos de emissão irregular ou fraudulenta de carteiras estudantis.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Entrevista com Vera Lúcia Santiago para o blog "Arte, Cultura e Deficiência Visual"

Audiodescritor em Foco

1 - Como você se tornou audiodescritora? Que importância a audiodescrição tem na sua vida?

VLS - Tornei-me audiodescritora, porque desde o ano 2000 venho trabalhando com a questão da acessibilidade. Primeiro foi com os surdos, depois, a partir de 2005, com os cegos. A audiodescrição tem importância, porque não existe um modelo já utilizado como foi o caso das legendas para surdos e ensurdecidos. Ainda estamos procurando os parâmetros que se aplicariam ao público brasileiro. Isto incentiva bastante a pesquisa. Meu grupo, o LEAD, já trabalhou com AD de filmes, de teatros, de obra de arte e de eventos ao vivo. Isto é muito estimulante, porque, como não tínhamos trabalhos audiodescritos a serem examinados, resolvemos criar os nossos e depois refletirmos sobre o nosso trabalho. Fizemos AD de filmes em DVD, peças de teatro, espetáculos de dança, obras de arte. Agora estamos trabalhando com a AD de material didático e com a tentativa de estabelecermos padrões de locução com instruções apropriadas para o audiodescritor locutor/narrador.

2 – Na sua opinião, o que a AD representa para seus usuários? O que pode provocar na vida dessas pessoas?

VLS - Acho que ela representa a possibilidade de escolha sobre que atividade ele deseja participar: ir ao cinema, ao teatro, fazer um curso online etc.. Tudo isso proporcionado pela possibilidade da autonomia que a AD lhes dá. Acho que a AD, se for devidamente aceita pelo usuário, pode significar uma grande mudança nas vidas das pessoas com deficiência visual. 

3 – Quais as maiores dificuldades e quais as maiores alegrias em ser audiodescritor?

VLS - As maiores dificuldades se relacionam com o fato de ainda não termos a quem recorrer quando temos dúvidas. As pesquisas na área ainda são incipientes e não nos podem dar muitas respostas. As alegrias vem do fato de que sempre encontramos a resposta para as nossas dúvidas e que o desafio torna a atividade ainda mais apaixonante. 

4 - Você concorda com a ideia de que a AD, mais do que informar, deve proporcionar que o usuário usufrua e sinta as sensações do que é descrito? Você acredita que a audiodescrição além de um recurso de acessibilidade seja também uma produção cultural?

VLS - Penso que a AD precisa incorporar a questão estética no seu texto, principalmente porque estamos traduzindo arte. As questões específicas dessas obras de arte precisam ser levadas em conta quando audiodescrevemos. Se estamos audiodescrevendo cinema, devemos levar em conta a linguagem cinematográfica. Se audiodescrevemos obra de arte, a estética deve ter um lugar importante na descrição. Por tudo o que foi dito anteriormente, certamente acredito que a AD seja uma produção cultural.

5 – O mundo está cada vez mais visual, e se levarmos em conta que a visualidade é a matéria-prima da audiodescrição, ainda há muito a ser explorado nesse campo. Junto a isso, temos a ampliação e difusão dos produtos e políticas culturais para acessibilidade por parte dos governos e da sociedade civil. Diante desse cenário, quais desafios você acha que devem ser enfrentados para expandir a audiodescrição, tanto em quantidade como em qualidade?

VLS - Acho que a pesquisa estimula bastante a questão da qualidade, principalmente avaliando o que já foi feito. Quanto à quantidade, acho que duas ações poderiam ser feitas: 1) fazer uma campanha nacional para que o povo brasileiro, principalmente os produtores culturais, tomem conhecimento da AD. Nesse sentido, louvo o livro "Notas Proêmias. Acessibilidade Comunicacional para Produções Culturais", organizado por Liliana Barros Tavares. Nele, vários audiodescritores apresentam a AD para os produtores culturais de Pernambuco. 2) Mostrar para o governo, principal responsável pelo financiamento das artes no país, que se ele exigir que um parâmetro para a concessão do financiamento seja tornar a produção acessível, com certeza a AD vai começar a tomar corpo nesse país.


Vera Lúcia Santiago Araújo
Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Ceará (1982), mestrado em Mestrado Em Letras Língua Inglesa pela Universidade Estadual do Ceará (1994) e doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo (2000). Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual do Ceará e pesquisadora nível 2 do CNPq.. Tem experiência na área de Lingüística Aplicada, com ênfase em Tradução, atuando principalmente nos seguintes temas: tradução audiovisual, legendação-legendagem, audiodescrição e tradução audiovisual e ensino.