sábado, 24 de março de 2012

Evento da Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza oferece Audiodescrição

Por assessoria de imprensa

Hoje (24) é mais um dia marcante na história da luta pela consolidação dos direitos humanos em Fortaleza. Profissionais do poder público, educadores, estudantes, pesquisadores, pessoas ligadas aos diversos movimentos sociais da cidade, bem como associações, organizações não-governamentais, sindicatos, comitês, conselhos etc., estão reunidos no auditório da Faculdade Integrada do Ceará – FIC – Via Corpvs para o seminário de abertura do “Plano de Educação em Direitos Humanos de Fortaleza (PEDH/FOR): Educar para ter direitos”, pioneiro entre as capitais brasileiras. Sob o tema “A Educação e a Garantia dos Direitos Humanos”, o seminário teve início às 8h e contou com a presença do Secretário de Direitos Humanos de Fortaleza, o Sr. Demitri Nóbrega Cruz, que destacou em sua fala o esforço cooperado de todas as coordenadorias que compõe a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) para a efetivação desta iniciativa.

Foto: Secretário de Direitos Humanos de Fortaleza
destaca o esforço cooperado de todas as coordenadorias da SDH para o sucesso do plano

A mesa desta manhã foi composta pelo Prof. Dr. Solon Eduardo Annes Viola, Coordenador do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos e Professor da UNISINOS, e da Prof.ª Dr.ª Lidia Valesca Pimentel, integrante do Comitê Municipal de Educação em Direitos Humanos, Consultora do PEDH/FOR e Professora e Pesquisadora da Faculdade Farias Brito, além do Sr. Demitri Nóbrega. Os trabalhos da manhã foram mediados pela Sr.ª Patricia Campos, Assessora Especial da SDH.

O Prof. Solon destacou em sua fala a importância de se conhecer a trajetória das conquistas dos direitos humanos no Brasil e enfatizou que é necessário que todos os cidadãos se reconheçam como sujeitos de direitos. Em seguida, a Prof.ª Lidia apresentou as premissas que nortearão o plano, mas enfatizou que se tratava de uma construção coletiva e que a contribuição de cada participante será muito bem vinda.

Foto: Prof. Solon, Coordenador do Comitê Nacional
de Educação em Direitos Humanos

O evento contou com intérpretes de LIBRAS e com audiodescritores para favorecerem a acessibilidade dos(as) participantes surdos(as) e dos(as) participantes com deificência visual, respectivamente. A audiodescrição está sendo realizada em tempo real por Klístenes Braga e Bruna Leão, ambos profissionais da Associação dos Tradutores Audiovisuais do Brasil – ATAV Brasil.

Foto: O seminário contou audiodescritores
da ATAV Brasil

A próxima etapa da construção do plano compreende a realização das seguintes plenárias, organizadas por eixos temáticos em conformidade com a orientação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos – PNEDH e do Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH3:

12 de abril: Educação Superior, às 14h, no auditório da Educação da UFC – José Albano
17 de abril: Educação e Comunicação, às 14h, no auditório da Educação da UFC – José Albano
26 de abril: Servidores Públicos e Agentes da Justiça e Segurança Pública, às 14h, no auditório da Faculdade Farias Brito
28 de abril: Educação Básica, às 14h, no auditório do IMPARH
05 de maio: Educação Não-formal, às 14h, no auditório do IMPARH

Nos dias 01 e 02 de junho será realizada a plenária final para a consolidação do plano, no auditório da Faculdade Integrada do Ceará – FIC – Via Corpvs.

Para mais informações: ligue (85) 3452.2364 ou acesse www.fortaleza.ce.gov.br/sdh.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Arte e Esporte com Acessibilidade

Por Assessoria de Imprensa

O projeto Multiacesso do Instituto CUCA realizará este mês três atividades voltadas para o protagonismo e/ou acessibilidade de jovens com deficiência.

As atividades acontecerão no CUCA Che Guevara, localizado no bairro Barra do Ceará da capital cearense, com entrada franca para todos os públicos. Confira a seguir a programação dessas atividades de cunho inclusivo.

Teatro acessível para pessoas surdas

A primeira delas acontece esta tarde e contempla jovens do Instituto Felippo Smaldone e do Instituto Cearense de Educação de Surdos - ICES. Os alunos de ambas as instituições assistirão ao espetáculo "Criaturas de Papel", do Grupo Bricoleiros Teatro de Animação, e participarão de uma conversa com o elenco ao final da sessão, mediada por intérpretes de LIBRAS.

Foto: arquivo do grupo
Breve descrição da imagem: três pessoas usando roupa e capuz pretos manipulam bonecos feitos de material de cor branca. Os bonecos representam um menino e uma menina, identificada por uma saia de bailarina. Todos estão sob uma luz azul que varre o palco de fundo preto. Atrás deles há arbustos no palco e um sol de intenso amarelo no alto, ambos de feitos com papel branco. 

O espetáculo não contém falas e se constitui a partir de duas técnicas principais para compor a cena: a construção de um estilo de marionetes bricoladas e o exercício da técnica do TEATRO NEGRO, onde cores entram em contraste com um fundo negro. A ação cênica se dá a partir de um refinado processo de manipulação, onde três ou mais manipuladores animam o mesmo boneco, de forma a enriquecer os movimentos, ampliando a margem de expressividade e atuação das marionetes. Assim, papéis brancos ganham formas geométricas e são transmutados em figuras cênicas que meticulosamente animados ganham vida. O espetáculo fala de encontros e desencontros enquanto poesia das relações e fonte da matéria que nos constitui enquanto seres que no mesmo ato fundador apreendem e constroem o sentido para o mundo.  

Os BRICOLEIROS surgiram em 2004. Formado por artistas com larga experiência com teatro de bonecos e artes-plásticas, o grupo desenvolve um trabalho de pesquisa com diferentes técnicas de bonecos, realizando experimentos com diversos materiais, e promove espetáculos com linguagem simples essencialmente interativa, acompanhada de elementos cômicos, educativos e destinada ao público de todas as idades.

Esporte adaptado para pessoas com deficiência física

Nesta quinta-feira (22) entra em quadra no Ginásio Poliesportivo do CUCA um dos esportes adaptados praticados há mais tempo no mundo: o basquete em cadeira de rodas. A Associação dos Deficientes Motores do Ceará (ADM-CE) realizará um amistoso entre equipes mistas de basquete em cadeira de rodas, de forma integrada ao Curso de Iniciação ao Esporte Adaptado, oferecido pelo CUCA ao público jovem de 15 a 29 anos.

A ADM-CE é pioneira no Estado do Ceará na luta pela inclusão da pessoa com deficiência através do esporte. A entidade tem como finalidade promover intercâmbios de experiências pessoais dos seus associados, a respeito de suas deficiências físicas e dos problemas delas decorrentes, e tem buscado ainda a integração de seus associados por meio da participação dos mesmos em atividades culturais, artísticas e esportivas, somando esforços junto a entidades públicas e privadas que resultem no bem estar e na integração social e profissional das pessoas com deficiência.

Foto: arquivo da associação
Breve descrição da imagem: time de basquete em cadeira de rodas da ADM. Os nove atletas usam camiseta azul com mangas verdes e posam em suas cadeiras para a foto em uma quadra de esportes. Na camiseta está escrito em letras brancas basket. 

A ADM-CE congrega atletas, amigos e demais pessoas que apoiam o paradesporto nas seguintes modalidades: basquete em cadeira de rodas, atletismo, natação, tênis de mesa e halterofilismo.


Artistas com deficiência visual encenam para público com deficiência visual

Uma parceria entre a ATAV Brasil e o Instituto CUCA encerrá as atividades do projeto Multiacesso de março, apresentando no próximo dia 30, às 15h, o espetáculo "Memórias de Natal" com acessibilidade para o público com deficiência visual, por meio da audiodescrição. A montagem é encenada pelo elenco com deficiência visual da Cia. de Teatro Ponto de Vista, com texto e direção da arte-educadora Ruth Queiroz.

Foto: arquivo do grupo
Breve descrição da imagem: os seis artistas do elenco posam para a foto em um jardim de gramado verde. Da esquerda para a direita: um rapaz moreno usando calça e camisa pretas ajusta a gravata azul-claro ajoelhado sobre a perna direita; uma jovem usando uma flor vermelha em seus cabelos cacheados, vestido branco e capa nas cores branca e vermelha olha para uma mulher vendada à sua esquerda, enquanto segura a mão dela; um homem usando calça, camisa e capa pretas está de braços abertos sobre a jovem de cabelos cacheados e a mulher vendada; um homem usando calça e camiseta brancas com as mãos postas está sentado à frente do homem de capa preta; a mulher vendada está usando um vestido branco e uma faixa verde na altura da cintura, da mesma cor da venda que usa nos olhos; e uma jovem de cabelos lisos usando vestido, lenço e bolsa em tons de cinza segura um telefone celular junto ao ouvido direito.  


O espetáculo propõe uma reflexão sobre o verdadeiro sentido do Natal, que, personificado, vaga por uma terra onde o consumismo é quem dita as regras, e mostra o protagonismo da pessoa com deficiência no universo das artes cênicas, como mais uma possibilidade de explorar suas potencialidades, provando que a deficiência não é barreira para quem deseja realizar seus sonhos. Ao final do espetáculo, uma grande lição de amor renovará a esperança do público por um mundo melhor.


O público com deficiência visual receberá fones de ouvido ao ingressar no teatro para ter acesso à audiodescrição, modalidade de tradução audiovisual que favorece a acessibilidade desse público ao universo do teatro, e assistirá com toda autonomia juntamente com os demais na platéia. A narração ao vivo ficará a cargo de Bruna Leão, que também assina o roteiro juntamente com Klístenes Braga. Bruna é Vice-presidente da ATAV Brasil e pesquisadora do Grupo LEAD (Legendagem e Audiodescrição) da Universidade Estadual do Ceará e sua pesquisa versa sobre a audiodescrição no teatro.


Na oportunidade, alunos do Instituto Dr. Hélio Góes, entidade mantida pela Sociedade de Assistência aos Cegos do Ceará, assistirão ao espetáculo e participarão de uma conversa com o elenco ao final da apresentação.

terça-feira, 13 de março de 2012

Teatro Carlos Gomes estreia projeto de inclusão de pessoas com deficiência visual e auditiva

Com patrocínio da Petrobras, o teatro será o único do Brasil a contar com recursos de audiodescrição, interpretação em LIBRAS e legendagem em todas as peças em cartaz em 2012

A partir do dia 4 de março, todas as peças em cartaz no Teatro Municipal Carlos Gomes, na temporada de 2012, vão contar com recursos para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência visual e auditiva. O projeto, da Lavoro Produções, é patrocinado pela Petrobras, em parceria com a Prefeitura do Rio, e prevê sessões inclusivas aos domingos, duas vezes por mês, durante todo o ano.

Na estreia do serviço, no dia 4 de março, o público poderá conferir a peça “As Mimosas da Praça Tiradentes” com recursos de audiodescrição, interpretação em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e legendas, como as que são utilizadas pelos canais de televisão em Closed Caption. As sessões inclusivas dos espetáculos serão sempre nos primeiros e terceiros domingos do mês.

O Teatro Municipal Carlos Gomes, que é um dos mais importantes do Rio de Janeiro, será o único do país a oferecer o serviço de acessibilidade total ao público de suas peças. O objetivo é incluir as pessoas com deficiência visual - cegos e pessoas com baixa visão - além de pessoas com deficiência intelectual, autistas, disléxicos e com síndrome de Down, por meio da audiodescrição; e de pessoas surdas ou com deficiência auditiva, por meio da Língua Brasileira de Sinais e do serviço de Legendagem.

O recurso da audiodescrição consiste na descrição objetiva de todas as informações visuais contidas nas cenas do espetáculo teatral, como expressões faciais e corporais, ações dos personagens, detalhes do ambiente, figurino, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de informações escritas em cenários ou adereços. Para completar a acessibilidade para as pessoas com deficiência visual, o programa da peça terá versão em Braille. A interpretação em LIBRAS é a tradução para a Língua Brasileira de Sinais de todos os diálogos, músicas e informações sonoras importantes da peça teatral. A legendagem também contém todos os diálogos, músicas e informações sonoras do espetáculo, e é utilizada pelas pessoas com deficiência auditiva que não usam LIBRAS.

O projeto de acessibilidade não acarretará custos extras para os usuários dos recursos. Para assistir às peças, o público poderá usufruir do ingresso a preços populares, política já adotada pelos teatros da Rede Municipal do Rio de Janeiro, que inclui o Teatro Municipal Carlos Gomes.

Sobre o Teatro Municipal Carlos Gomes

O Teatro Municipal Carlos Gomes tem uma trajetória que se confunde com a própria história do teatro brasileiro. Em 1904, o empresário do entretenimento Paschoal Segreto comprou o antigo Teatro Cassino Franco-Brésilien, fundado em 1872, e o renomeou Carlos Gomes. Em 1963, a classe teatral reagiu contra a tentativa de transformar o teatro em cinema, mas o espaço ficou abandonado. Em 1988, o teatro foi posto à venda. A Prefeitura do Rio comprou o teatro, realizou uma grande reforma e o transformou em um dos melhores teatros da cidade, em 1993. Hoje, além da sala principal, funciona no segundo andar o Salão Nobre Guarani, reservado para espetáculos musicais.

SERVIÇO: Acessibilidade no Teatro Carlos Gomes
Peça: As Mimosas da Praça Tiradentes
Dias 04 e 18 de março, às 19h30
Local: Teatro Municipal Carlos Gomes
Endereço: Praça Tiradentes, 19, Centro, Rio de Janeiro-RJ
Capacidade: 685 lugares
Ingresso: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)
Classificação etária: 12 anos
Duração: 120 minutos

quinta-feira, 8 de março de 2012

História de superação da artista plástica Alison Lapper: uma brava guerreira

Parabéns a todas as mulheres com e sem deficiência que se superam a cada dia!

Em homenagem ao dia da Mulher, acompanhe a história da guerreira Alison Lapper.

Alison Lapper nasceu em 7 de abril de 1965, em Burton, Inglaterra. Os pais biológicos e médicos não detectaram nenhum problema, no entanto ela nasceu com uma marca especial para a vida, não tinha braços e pernas e seria menor que o normal.

Em sua infância, Alison foi abandonada por seus pais aos quatro meses de idade. Eles eram trabalhadores de uma fábrica de automóveis, no Condado de Yokshire, e se separaram quando ela nasceu. Ela também tem uma irmã que mal conhece.

Assim, Alison passou a infância em uma escola cercada por outras crianças deficientes que se assemelham a ela fisicamente. “Havia várias crianças sem membros, como resultado da onda da talidomida. Para nós era difícil adquirir o equilíbrio. Não conseguíamos sentar sem cair e não éramos capazes de levantar”, diz Alison sorrindo.

Desde criança Alison sentia-se desconfortável em usar próteses. Aos três meses tentaram esse equipamento em seu corpo. “As pessoas abusam do seu poder sobre as crianças. Na verdade, essas próteses eram para que os adultos se sentissem bem e não eu”.

Quando tinha 12 anos, Alison realmente entendeu que sua infância tinha acabado. “Até então eu estava muito ocupada sendo uma menina. Mas, deixei de ser menina e entrei na puberdade e então percebi a diferença”. Foi difícil para Alison aceitar a forma de seu corpo, pois ela queria ser bonita e sedutora. No entanto, ela aprendeu a se superar.

Aos 19 anos, viajou sozinha para Londres para uma licenciatura em Belas Artes e depois se tornou uma renomada pintora. Ela começou a pintar com a boca aos três anos de idade. Sua pintura foi reconhecida e recebeu a maior honra da Inglaterra, Membro do Império Britânico (MBE) por serviços prestados a arte britânica. O prêmio foi entregue pela própria rainha.

Ao longo de sua vida, ele teve que suportar a rejeição e a exclusão por ser diferente, mas conseguiu ver o lado positivo e seguiu em frente.

Aos 33 anos Alison ficou grávida, mas assim como fizeram seus pais, também foi abandonada pelo namorado. Entretanto decidiu ir em frente apesar das dúvidas e medos de que o bebê herdasse sua deficiência.

Seu filho Parys, tem agora 14 anos. Ela o incluiu em vários de seus trabalhos fotográficos.

“No começo eu estava preocupada com o que iria acontecer com meu filho e disse que um dia Parys se envergonharia de mim, mas isso não aconteceu”, afirmou Alison.

O artista britânico Marc Quinn fez uma escultura em sua homenagem, intitulada “Alison Lapper Grávida”. A estátua foi colocada em 2005 na histórica Praça Trafalgar Square. Ela foi feita de mármore branco, mede 3,6 de altura e pesa 11,5 toneladas. Ficou no local até 2007 quando foi substituída por outra.