segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cineclube UNIFOR Exibe Filmes com Audiodescrição e Legendagem para Surdos


Por assessoria de imprensa

O Cineclube UNIFOR, atividade de extensão universitária, exibe todas as quintas-feiras, a partir das 13h30, uma programação de cinema com filmes de gêneros diversos a serem debatidos ao final da sessão por diretores de cinema, artistas, mestres e doutores de diversas áreas, dentre outros. A atividade é gravada e veiculada posteriormente na TV UNIFOR.

No último dia 26, o Cineclube UNIFOR exibiu “Capistrano no Quilo”, de Firmino Holanda, “Reisado Miudim”, de Petrus Cariry, e “Águas de Romanza”, de Gláucia Soares e Patrícia Baía, curtas-metragens com audiodescrição e legendagem para surdos que participaram do Projeto DVD Acessível, realizado pelo Grupo LEAD da UECE. O debate foi mediado pelo professor doutor Marcio Acselrad, da UNIFOR, e contou com a participação dos audiodescritores Klístenes Braga, mestre em linguística aplicada, e Bruna Leão, mestranda em linguística aplicada, ambos integrantes do Grupo LEAD.

Reisado Miudim, de Petrus Cariry
Breve descrição da imagem: foto de um menino vestido com a fantasia colorida do reisado dançando de frente para um senhor de chapéu, que está sentado em uma cadeira. É dia e eles estão no campo. Ao fundo, uma imponente serra sob céu azul com nuvens brancas.

O cineclube é um projeto da Vice-Reitoria de Extensão da Universidade de Fortaleza e visa a difusão da produção cinematográfica, a formação de plateia e a reflexão crítica dos temas apresentados em cada atividade.

::Serviço
Cineclube UNIFOR
Data/horário: quintas-feiras, às 13h30
Local: Sala A da Videoteca, no Centro de Convivência da Universidade de Fortaleza
Endereço: Av. Washington Soares, nº 1321, Edson Queiroz
Entrada franca

terça-feira, 24 de abril de 2012

Eventos na Assembléia Legislativa do Ceará Oferecem Audiodescrição

Por assessoria de imprensa

O Seminário de Educação Inclusiva e a Sessão Solene em homenagem ao Dia Estadual do Sistema Braille inauguraram uma nova iniciativa de acessibilidade para pessoas com deficiência visual na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE). Ambos os eventos ofereceram gratuitamente o serviço de audiodescrição à população na “Casa do Povo”.

Breve descrição da imagem: foto do auditório da Assembléia Legislativa do Ceará. Ao fundo, no palco, há uma grande mesa, composta por sete pessoas. Entre elas, uma mulher posicionada ao centro está de pé. Atrás da mesa, há dois telões: um à direita e outro à esquerda, exibindo o logotipo do Governo do Estado do Ceará. A plateia é vista por trás e está lotada. As poltronas e o carpete do auditório são vermelhos.

O Governo do Estado do Ceará por meio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas Para os Idosos e as Pessoas com Deficiência, do Gabinete da Primeira Dama, da Secretaria de Educação e do Conselho Estadual de Educação, realizou na última quarta-feira (18), no Auditório Deputado João Frederico Ferreira Gomes do Edifício Deputado José Euclides Ferreira Gomes, o Seminário de Educação Inclusiva, cujo objetivo foi promover um amplo debate sobre o tema e sensibilizar as Prefeituras Municipais da importância de participarem do Programa Benefício de Prestação Continuada - BCP na Escola, que visa garantir o acesso e a permanência na escola das pessoas com deficiência de zero a dezoito anos. A participação das Prefeituras no referido programa viabilizará o financiamento para aquisição de transporte escolar acessível, sala de recursos multifuncionais, capacitação de professores e reforma das unidades escolares. A palestra “Marcos legais da política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva”, da Sr.ª Cláudia Grabois, do Ministério da Educação – MEC, deu início aos trabalhos do seminário, seguida das falas da Sr.ª Selene Penaforte, do Conselho Estadual de Educação, da Sr.ª Nohemy Rezende, da Secretaria de Educação – SEDUC, da Sr.ª Evania Maria Oliveira, do INSS, e da Sr.ª Márcia Dutra, da STDS.

Breve descrição da imagem: foto de Bruna Alves Leão. A audiodescritora tem cabelos curtos e castanhos, usa óculos e está sentada em uma poltrona vermelha com um microfone preso à cabeça, modelo headset, enquanto digita em um notebook que está em seu no colo.

Já na quinta-feira (19), o Plenário 13 de Maio recebeu várias pessoas ligadas à luta dos direitos da pessoa com deficiência visual em Fortaleza para a Sessão Solene em homenagem ao Dia Estadual do Sistema Braille, que foi presidida pela Excelentíssima Senhora Deputada Estadual Rachel Marques, que destacou em sua fala a importância de se garantir recursos de acessibilidade para todos. Na oportunidade foram homenageadas as senhoras Naíla Maria de Oliveira, Elinalva Alves e Maria Lúcia Pontes, e o senhor José de Freitas, pelos valorosos esforços junto às pessoas com deficiência visual. A representante dos homenageados daquela sessão, Naíla, destacou que a educação tem um importante papel no combate à discriminação e citou Helen Keller, uma grande defensora dos direitos das mulheres, pobres e deficientes: “Os pontos Braille são sementes de luz levadas ao cérebro pelos dedos, para germinação do saber”. Ao final, os homenageados receberam a versão em Braille do “Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará” e do “Estatuto Nacional do Idoso”.

Breve descrição da imagem: quatro fotos do Plenário 13 de Maio da Assembléia Legislativa do Ceará. São mostrados o Plenário em formato de arena, um lance da bancada dos deputados visto de frente, outro lance da bancada visto pela lateral, mostrando as pessoas utilizando fones de ouvido e, por último, o audiodescritor Klístenes Braga visto de costas na Sala de Imprensa, a qual é separada do Plenário por uma vidraça.  

A audiodescrição em tempo real dos eventos foi realizada por Bruna Alves Leão e Klístenes Braga, ambos audiodescritores da ATAV Brasil.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Alunos da UFC assistem filme com Audiodescrição

Por Assessoria de Imprensa

No último dia 02, a Casa Amarela Eusélio Oliveira recebeu os alunos do Curso de Graduação em Design, vinculado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará, para assistirem a exibição da versão audiodescrita do filme "O Grão", do cineasta cearense Petrus Cariry.

A sessão de cinema acessível teve início às 18h na sala Benjamin Abrahão e foi precedida pela palestra do audiodescritor Klístenes Braga, integrante do grupo LEAD (Legendagem e Audiodescrição) da Universidade Estadual do Ceará, mestre em Linguística Aplicada com ênfase em Tradução Audiovisual por meio da Audiodescrição e também um dos responsáveis pela audiodescrição do filme. Na oportunidade, Klístenes falou sobre sua pesquisa de recepção, realizada com grupos de participantes com deficiência visual e enfatizou a necessidade de que os alunos contemplassem em seus trabalhos acadêmicos e/ou profissionais iniciativas inclusivas para todos os públicos.



Breve descrição da imagem: foto da sala de cinema vista da parte posterior da plateia.
Ao fundo, vê-se o telão onde está projetado um slide com a definição de audiodescrição.
Na parte inferior da foto, à direita, Klístenes fala para a plateia. 

O filme foi exibido somente com o processo de audiodescrição, ou seja, a projeção não contemplou as imagens. O objetivo foi sensibilizar os alunos diante da barreira imposta pela deficiência visual e estimulá-los por meio do exercício prático da tradução intersemiótica a pensarem sobre a quebra de paradigmas no processo de comunicação.

Ao final, o Professor Diego Normandi recebeu das mãos de Klístenes os DVDs do Projeto DVD Acessível para compor o acervo da UFC.

Breve descrição da imagem: foto de Klístenes entregando os DVDs para Diego.
Klístenes tem cabelos lisos e curtos e usa camisa pólo azul com listras horizontais em tons de azul marinho. Diego tem cabelos cacheados e curtos e barbicha e usa camiseta vermelha. Ambos usam calças jeans em tons de azul.

A atividade foi capitaneada pelos professores Anna Lúcia dos Santos, Daniel Cardoso e Diego Normandi da UFC.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Faltam mais opções para pessoas com deficiência

Por Mônica Lucas

As questões relacionadas à acessibilidade aos filmes de pessoas com deficiências visuais e auditivas acabam também entrando nessa pauta. Se as dublagens permitem uma melhor experiência ao primeiro grupo, excluem o segundo. Na opinião do crítico de cinema Pablo Villaça, para cegos e deficientes visuais, a melhor solução não é a dublagem, mas a áudio-descrição, que traz, além da dublagem, explicações sobre o que está acontecendo na tela.

Apesar de existirem alguns projetos em sessões especiais, ainda há pouco alcance, apoio e divulgação. Uma das raras iniciativas no Ceará é o Lead (Legendagem e AudioDescrição), grupo de estudo da Universidade Estadual (Uece), criado em 2008. A associação já realizou alguns trabalhos pagos, como a audiodescrição do vídeo coletivo "Fortaleza em Todos os Sentidos", da Vila das Artes.

Pablo Villaça acredita que "a simples dublagem é um obstáculo aos deficientes visuais, já que as distribuidoras podem alegar que já atendem a esta comunidade através do áudio em português, deixando de investir na produção de trilhas de áudio-descrição".

Se existe uma solução alternativa aos deficientes visuais, o mesmo não acontece com os deficientes auditivos que dependem das legendas para compreender o filme. "Todos os deficientes auditivos que eu conheço só vão ao cinema assistir a filmes legendados, pelo simples fato de que é impossível para nós entender o que é dito num filme dublado", diz a cientista social gaúcha Paula Pfeifer, deficiente auditiva desde a infância.

Ela, que também mantém o blog "Crônicas da Surdez", faz parte de um movimento coletivo que recolhe assinaturas para uma petição sobre o assunto.

O movimento "Dublado Sem Opção Não!" visa sensibilizar distribuidoras de cinema e emissoras de TV para que as legendas não sumam da programação. "Não vejo sentido nenhum em canais de TV ou cinemas que querem abolir as legendas. Para que tirar a acessibilidade de quem precisa?", questiona.

Nas mudanças do mercado, o problema da disponibilidade se mantem, mudando apenas a face da moeda. Se antigamente os espectadores que preferiam os filmes dublados é que reclamavam da falta de opções, hoje muitas vezes acontece o contrário. Na opinião de Pedro Butcher, editor do portal Filme B, distribuidoras e exibidores precisam chegar a um equilíbrio. "Não é justo que o espectador chegue a um complexo com seis salas, por exemplo, e todas estejam com filmes dublados. Ou legendados".

O pesquisador Fábio Freire concorda: "O importante é que ambas as opções estejam disponíveis. Eu jamais pago para ir ao cinema ver um filme dublado, mesmo que seja uma animação. Mas se uma pessoa prefere ver esse mesmo filme dublado, seja por preguiça de ler, por achar que as legendas atrapalham ou qualquer outro motivo, ela tem esse direito". Assim como acontece com os lançamentos em DVD, que vêm com as duas opções.

As expectativas recaem sobre a disseminação das facilidades tecnológicas do formato digital - principalmente considerando o fato de que muitas cidades dependem de apenas uma ou duas salas. Segundo Butcher, embora atrasado em relação a outros países, o processo de digitalização já está ocorrendo no Brasil.

Como os arquivos permitem que o exibidor opte por um formato ou outro, versões legendadas e dubladas do mesmo título poderão ser exibidas em horários distintos, atendendo a diferentes públicos, sem a necessidade de que se tenha mais uma cópia.

Matéria publicada no Caderno 3 do Diário do Nordeste em 09.04.2012.