sexta-feira, 10 de abril de 2015

O Mês das Artes Visuais

Matéria publicada no caderno 3 do jornal Diário do Nordeste, em 10/04/2015. 

Hoje serão conhecidos os nomes dos três ganhadores do 66º Salão de Abril, que distribuirá R$ 135 mil

A solenidade de abertura da 66ª edição do Salão de Abril acontece hoje, às 19 horas, na Galeria Antônio Bandeira, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB). Na oportunidade, o público conhecerá os três vencedores da mostra, que receberão o prêmio de R$ 15 mil cada um. Os nomes foram escolhidos entre os 30 artistas selecionados de todas as regiões do Brasil, que receberão R$ 3 mil pela participação na exposição. Ao todo, o salão vai distribuir R$ 135 mil em prêmios.

Diversas linguagens artísticas foram contempladas: instalação, performance, desenho, gravura, fotografia e videoarte, conforme explica Germana Vitoriano, coordenadora de ação cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor).

A escolha das obras seguiu critérios estabelecidos pela comissão responsável pela seleção, levando em consideração "caráter inovador, coerência conceitual, investigações das linguagens contemporâneas e qualidade formal e poética dos trabalhos".
Uma novidade desta edição é o lançamento de ação de acessibilidade cultural, mediante projeto de ações de tecnologias assistivas, contemplando pessoas com deficiências auditivas, motoras e visuais.

Um dos eventos mais tradicionais das artes visuais do Ceará, criado em 1943, o Salão de Abril ganhou abrangência nacional a partir de 2007, na sua 58ª edição. Neste ano, o período de visitação segue até 10 de maio.

O número de 13 cearenses entre os 30 selecionados é considerado "significativo" por Germana Vitoriano, levando em consideração os 110 inscritos entre o total de 323, totalizando mais de 600 obras, de todas as regiões do País. Foram recebidas inscrições da Capital e do Interior.

"Essa foi uma grata surpresa, o que mostra que o campo das artes visuais está pulsante e que o Salão de Abril continua tendo importante papel de fomento e difusão", pondera.

Com relação às críticas pelo fato de o Salão de Abril ter se tornado evento nacional, a coordenadora afirma que "a resistência a essa abertura partia mais de artistas veteranos que defendiam que, por ter sido criado em Fortaleza, o salão deveria privilegiar artistas da cidade. Mas acreditamos que isso já foi superado".

Para ela, ao se tornar nacional, a produção artística contemporânea local se situa nesse contexto e, consequentemente, ganha visibilidade.

A comissão de seleção foi constituída por três integrantes: a curadora, pesquisadora e psicanalista Flavia Copas; a curadora e pesquisadora Cecília Bedê; e a curadora, documentarista e mestra em artes visuais Adriana Botelho. O trabalho do trio foi feito entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A curadoria da exposição é de Flavia Copas, pesquisadora carioca que possui "excelente currículo e alguns aspectos da sua trajetória nos chamaram a atenção", justifica Germana Vitoriano. Além de trabalhar com a curadoria de artistas consagrados, Copas dedica-se a revelar nomes de artistas no cenário das artes no Brasil. "Consideramos esse perfil interessante por se tratar de um salão de artes, que apresenta anualmente um panorama de novos artistas contemporâneos".

Novidade
Germana destaca como principal novidade da 66ª edição do Salão de Abril o lançamento de ação de acessibilidade cultural. "Levamos em conta o direito e o desejo de pessoas com deficiência de se beneficiarem com o acesso à arte e à cultura", observa.

Espaços e eventos com diferentes estratégias de acolhimento e que respeitam a diversidade são interessantes não só para as pessoas com deficiência, mas para todos os demais públicos, reitera.

Nesta edição, segunda consecutiva em que o salão ocupa as dependências do CCBNB, a preocupação dos organizadores é dotar o espaço com recursos capazes de facilitar a acessibilidade de pessoas com deficiências. "A ideia é contemplar todas as deficiências", ressalta Klístenes Braga, consultor em acessibilidade cultural que assina o projeto, cujo objetivo é abrir a mostra a outros públicos. Além dos recursos a pessoas com deficiências visuais, auditivas e motoras, serão desenvolvidas ações educativas com escolas e estudantes com deficiências.
O consultor elogia o desenho arquitetônico do espaço, que oferece rampas de acesso desde a entrada pela Rua General Bezerril até o hall do CCBNB.

Assim, o projeto centrou atenção em ampliar a fruição das obras de arte, mediante a instalação de recursos de tecnologia assistiva, possibilitando maior autonomia às pessoas com deficiências.
Serão oferecidos ainda mapa tátil do espaço de visitação, recursos de audiodescrição, informações em Braille, catálogo em formato eletrônico acessível para leitura em diversos meios digitais e intérpretes de Língua Brasileira de Sinas (Libras). "Toda equipe do CCBNB passou por capacitação", explica Klístenes Braga.

Mais informações:
Abertura do 66º Salão de Abril. Hoje, a partir das 19h, no CCBNB (R. Conde D'eu, 560, Centro). Visitação: até 10 de maio, de terça a sexta, das 10h às 20h; sábado, de 10h às 19h . Contato: (85) 3105.1339.

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/o-mes-das-artes-visuais-1.1264408

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